É importante a intenção de tomar conta de nós próprios sabendo que qualquer relacionamento será auto-sabotado, mais cedo ou mais tarde, pelos nossos assuntos pendentes, se não os resolvermos.
É importante desresponsabilizar qualquer circunstância ou pessoa que nos aconteça, assumindo a decisão quase sempre inconsciente daquele “vazio da vida” que cria o espaço e o tempo necessários para nos conhecermos primeiro e nos curarmos acima de tudo.
É importante perceber que muitas vezes nos servimos dos outros apenas para nos distrairmos de nós mesmos.
É importante a decisão de não projectar nos outros a nossa própria sombra. Não é fácil, pois isso implica reconhecer que aquilo que nos incomoda nos outros é o nosso próprio problema.
Parar de projectar o que sentimos e o que nos retira do centro da serenidade, coloca-nos frente-a-frente com as nossas emoções. Quando finalmente não ressentimos ninguém, não temos raiva de ninguém, não culpamos ninguém, sobramos nós e os nossos sentimentos.
Que fazer com essas emoções e sentimentos indesejáveis? Uma vez a descoberto, somos convidados a aceitá-los. E nesses momentos, sem fugir, acarinhamo-nos, como quem dá colo a uma criança indefesa, nutrindo-a de amor. Acabarão por se diluir, aos poucos, com a intenção persistente e corajosa de os curar.
E é assim que desenvolvemos o Amor-próprio e a compaixão, capazes de iluminar a sombra que escondia os nossos monstros. Uma vez iluminados, podemos encará-los e exorciza-los. Eles não sobreviverão sem o medo que os alimenta.
Esta consciência é muito eficiente, muito eficiente mesmo. É uma ferramenta de auto-controlo emocional, um apanágio dos momentos caóticos da vida, uma forma de reconstruir o a nossa integridade, crucial à nossa evolução pessoal, o que por sua vez nos permitirá contribuir automaticamente para a evolução global.