A sensação de solidão é o sinal de que entramos mais profundamente dentro de nós, onde impera o silêncio, onde ninguém, a não ser nós próprios, pode definir quem somos, onde o caminho se faz sem a interferência de crenças alheias, sem a imposição de regras sociais, apenas guiados pela verdade ecoada da nossa Alma.
E nesse vazio, é possível perscrutar o som do Infinito, o nosso berço de paz e amor.
Mas a distância que nos separa de quem ainda não iniciou o caminho de volta para casa, provoca inevitavelmente a sensação de não sermos compreendidos.
Enquanto nos dirigimos para dentro de nós, os outros podem atrasar o passo desaparecendo do horizonte das nossas vidas. Gritarão cada vez mais longe, enquanto nos recolhemos em nós.
Esta consciência, permite-nos aceitar a solidão e a incompreensão como sentimentos necessários num processo que nos devolve a glória do reencontro com a nossa Essência.
Não serão mais um peso, uma dor ou uma mágoa, porque há a certeza profunda de que, mais cedo ou mais tarde, cada um iniciará o seu próprio caminho, e se juntará a nós nesse brilho de vida, nessa origem de Tudo.
E quando recebemos tranquilamente a solidão e a incompreensão, somos libertados da ânsia de que alguém, algures, nos preencha.
E é assim que libertamos igualmente os outros dessa expectativa, podendo finalmente viver a serenidade de uma relação de amor gratuito.
Estaremos cheios de nós. O prazer da solidão será a reconquista do SER, a rendição na batalha entre os vários Eus e não será nunca mais a sensação de “estar só”.
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