- Percebo-te mais pelas palavras que não dizes do que pelas palavras que me dizes.
- Não entendo, como podes ver-me mais naquilo que não digo?
Compreendo que não é fácil aceitar que é no inefável que o sentido das palavras se revela, magnificado pelo silêncio do espaço entre elas. Tento explicá-lo:
- O branco da mensagem é o tempo que a Alma precisa para ressoar a Sua voz numa verdade desmascarada de crenças e de subtilezas do subconsciente.
- Mas então as palavras não servem para nada? Cada uma delas é uma mentira?
Faço a pausa, provoco a reflexão enquanto eu própria procuro as palavras certas (como se isso fosse possível) com a vontade de expressar, num âmbar transparente, o discurso que a Alma tem comigo.
-As palavras são como flores e o espaço entre elas, o seu perfume… A fragrância emanada da forma colorida é invisível e só pode ser sentida; As palavras são a melodia cantada na expiração, e é na pausa de cada inspiração que é colocado todo o sentimento, sem o ruído da mente.
Depois de marcar reticências com o olhar, completo:
- Como se o espaço entre as palavras fosse o eco da Alma: “Escuta! A verdade está contida no silêncio em ti. Brinca com as palavras e larga-as no céu da tua realidade; Elas são papagaios, improvisadas ao capricho do vento, seguradas por cordéis invisíveis para divertirem a tua vida num baloiçar de todas as cores.”
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